Trabalhe 4 Horas por Semana - Timothy Ferriss - 26.01.2017 - Quinta
*Trabalhe 4 Horas por Semana - Timothy Ferriss - 26.01.2017 - Quinta*
*NOVA CALEDÔNIA, PACÍFICO SUL*
"Uma vez que você diga que vai parar por um segundo, isso é o que acontece na sua vida."
JOHN F. KENNEDY
Algumas pessoas parecem estar convencidas de que um pouco mais de dinheiro acertaria todas as coisas. Seus objetivos são alvos arbitrários e móveis: 300 mil no banco, 1 milhão na carteira de investimentos, 100 mil por ano em vez de 50 mil etc.
O objetivo de Julie tinha um sentido intrínseco: regressar com o mesmo número de crianças com que ela havia partido.
Ela reclinou-se em seu assento e observou os outros bancos por sobre seu marido adormecido, Marc, contando, como ela já havia feito milhares de vezes antes – um, dois, três. Até aí tudo bem. Em 12 horas, estariam todos de volta a Paris, sãos e salvos.
Isto é, assumindo que o avião vindo da Nova Caledônia conseguisse chegar.
Nova Caledônia?
Aninhada nos trópicos do Mar de Corais, a Nova Caledônia era um território francês, onde Julie e Marc tinham acabado de vender o veleiro que os havia levado por 15 mil milhas ao redor do mundo. É claro que recuperar o investimento inicial era parte do plano. Tudo dito e feito, os 15 meses de exploração do planeta, das águas cheias de gôndolas em Veneza aos portos tribais da Polinésia, tudo
custou entre 18 e 19 mil dólares. Menos do que gastariam com aluguei e com baguetes em Paris.
A maior parte das pessoas consideraria isso impossível. E, novamente, a maior parte das pessoas não sabe que mais de 300 famílias embarcam na França a cada ano para viagens assim.
A viagem fora um sonho por quase duas décadas, relegada ao fim de uma lista, abaixo de um sem-fim crescente de responsabilidades. Cada momento novo de suas vidas trazia uma nova lista de razões para adiá-la. Um belo dia, Julie percebeu que, se não viajassem agora, nunca mais o fariam. As racionalizações,
legítimas ou não, apenas continuariam a aumentar e a tornar mais difícil que ela se convencesse de que era possível escapar.
Depois de um ano de preparação e uma viagem de testes de 30 dias com seu marido, eles saíram para velejar a viagem das suas vidas. *Julie percebeu, tão logo levantou a âncora, que, antes de serem uma razão para não viajar e não buscar novas aventuras, as crianças eram talvez a principal razão para fazer ambas as coisas.*
Logo antes da viagem, seus três filhos brigavam por qualquer coisinha. No processo de aprendizado para conviver no quarto do veleiro, os meninos aprenderam a ter paciência, tanto para si mesmos quanto para a sanidade de seus pais. Antes da viagem, ler um livro era tão atrativo para eles quanto comer um punhado de areia. Dada a alternativa de ficar encarando uma parede em altomar,
todos os três passaram a adorar livros. Tirá-los da escola por um ano escolar inteiro e expô-los a novas situações e novas culturas provou-se ser o melhor investimento na educação deles até então.
Agora, sentada no avião, Julie olhou para as asas que cortavam as nuvens por que passavam, já matutando seus próximos planos: encontrar um lugar nas montanhas e esquiar o ano inteiro, usando a renda proveniente de uma oficina de aparelhamento de barcos para financiar mais viagens.
Agora que fizera uma vez, ela tinha o comichão de fazer mais.
*Regras que mudam as regras*
Tudo o que é popular é errado
"Não posso oferecer a você uma fórmula infalível para o sucesso, mas posso oferecer uma fórmula para o fracasso: tentar agradar a todos o tempo todo."
HERBERT BAYARD SWOPE, editor e jornalista americano; primeiro vencedor do Prêmio Pulitzer”
“Tudo o que é popular é errado.” OSCAR WILDE, A importância de ser prudente Ganhar o jogo, em vez de jogar o jogo.
Em 1999, algum tempo depois de ter saído de meu segundo emprego medíocre e
de ficar comendo sanduíches de manteiga de amendoim para me consolar, eu ganhei a medalha de ouro no Campeonato Nacional Chinês de Kick boxing.
Não foi porque eu era bom em socar e chutar. Deus proíbe. Parecia um pouco perigoso, considerando-se que eu fiz isso por pura ousadia e que tive apenas quatro semanas de preparação. Além disso, eu tenho uma cabeça de melancia – que é um grande alvo.
*Ganhei lendo as regras e procurando brechas, duas das quais são:*
1. A pesagem é no dia anterior a competição: usando técnicas de desidratação, agora ensino para levantadores de peso de elite, perdi 12 quilos em 18 horas, pesei 74 quilos e então me hiper-hidratei de volta aos meus 87 quilos.1 É muito difícil lutar contra alguém três categorias acima de você. Pobres pequeninos.
2. Havia uma tecnicidade no regulamento: Se um combatente cair da plataforma elevada três vezes em um único round, seu oponente vence. Eu decidi usar essa tecnicidade como minha única técnica e apenas derrubar meus oponentes do ringue. Como você pode imaginar, isso não deixou os juízes chineses muito felizes.
Muitas pessoas dirão que isso é impossível, então disponibilizei fotografias em www.fourhourworkweek.com. NÃO tente isso em casa. Só sob supervisão médica.
O resultado? Venci todas as minhas lutas por nocaute técnico e me sagrei campeão nacional, algo que 99% das pessoas com algo entre 5 e 10 anos de treinamento são incapazes de conseguir.
*Desafiar o status quo vs. Ser estúpido*
A maior parte das pessoas anda pela rua com as pernas. E se eu andasse pela rua apoiado em minhas mãos? E se eu vestisse a cueca por cima das calças para ser diferente? Não, não faço essas coisas. Andar com as pernas e manter a cueca por dentro têm funcionado muito bem até agora. Não preciso consertar isso se está funcionando bem.
*O diferente é melhor quando é mais eficiente ou mais divertido.*
Se todo mundo define um problema ou o soluciona de determinada forma e os resultados são insatisfatórios, é hora de perguntar “e se eu fizesse o contrário?”. Não siga um modelo que não funciona. Se a receita não funciona, não importa o quão bom cozinheiro você é.
Quando trabalhava com vendas de armazenamento de dados, meu primeiro trabalho depois da faculdade, percebi que a maior parte das ligações não chegava às pessoas desejadas por uma razão: pessoas que impediam os contatos. Se eu simplesmente fizesse todas as minhas ligações entre 8h e 8h30 e depois entre 18h e 18h30, conseguia evitar as secretárias e agendar mais do dobro das reuniões do que conseguiam os executivos seniores de vendas que ligavam entre 9h e 17h. Em outras palavras, eu conseguia o dobro dos resultados em 1/8 do tempo.
Do japão a Mônaco, de mães solteiras que percorrem o mundo com seus filhos a pilotos multimilionários de automobilismo, as regras básicas dos *NR* bem sucedidos são surpreendentemente uniformes e previsivelmente divergentes do que o resto do mundo pratica.
As regras a seguir são as diferenças fundamentais que devemos ter em mente ao longo deste livro.
*1. Aposentadoria* é o seguro para o caso de acontecer a pior das hipóteses.
Planejar a aposentadoria é como um seguro de vida. Deve ser encarado como nada mais do que uma previdência contra o caso de acontecer a pior hipótese: nesse caso, tornar-se fisicamente incapaz de trabalhar e precisar de uma reserva financeira para sobreviver.
A aposentadoria como objetivo ou como redenção final é um equívoco por pelo
menos três razões sólidas:
*a.* Está subentendido na aposentadoria que você não gosta do que está fazendo durante os anos de maior vigor físico em sua vida. Isso é um erro fundamental: nada pode justificar esse sacrifício.
*b.* A maior parte das pessoas nunca será capaz de se aposentar e manter um padrão razoável de vida. Mesmo um milhão é apenas um trocado num mundo em que a aposentadoria tradicional leva 30 anos e a inflação reduz seu poder de compra de 2% a 4% por ano. A conta não fecha?2 Os anos dourados da aposentadoria tornam-se uma vida de classe média-baixa revisitada. Isso é um final amargo.
*c.* Se tiver juntado dinheiro suficiente para a conta fechar, isso significa que você é uma ambiciosa máquina de trabalhar. Se esse for o caso, quer saber? Basta uma semana de aposentadoria e você estará tão entediado que vai querer furar seus olhos.
Provavelmente optará por procurar um novo emprego ou fundar uma nova empresa.
E não é que isso derrota a ideia de esperar?
Não estou dizendo para você não planejar para caso o pior aconteça – eu reservei alguma quantia em um fundo de pensão, que uso principalmente para abater impostos —, mas não confunda isso com a aposentadoria como objetivo.
*2. Interesse e energia são cíclicos.*
Se eu lhe oferecesse l0 milhões de dólares para trabalhar 24 horas por dia durante 15 anos e então se aposentar, você aceitaria? É claro que não — você não aguentaria. Não é uma situação sustentável, exatamente como aquilo que mais define uma carreira: fazer a mesma coisa por 8 ou mais horas por dia até você ter um colapso ou ter dinheiro bastante para parar de trabalhar definitivamente.
De que outra forma meus amigos de 30 anos de idade estariam todos parecendo uma mistura de Donald Trump com Joan Rivers? É um horrível envelhecimento precoce acelerado por frappuccinos triplos e cargas de trabalho inexequíveis.
Alternar períodos de descanso e de atividade é fundamental para sobreviver, para não falar em prosperar. Capacidade, interesse e resistência mental, tudo isso vai e vem. Planeje de acordo.
Os *NR* objetivam distribuir "miniaposentadorias" ao longo da vida, em vez de postergar o descanso e o prazer para o ouro dos tolos que é a aposentadoria.
Trabalhando apenas quando você está mais eficiente, a vida é mais produtiva e mais divertida. É o exemplo perfeito de ter a faca e o queijo na mão, parti-lo e comêlo.
Pessoalmente, eu agora planejo um mês de passeio em algum lugar do mundo ou treinamento de alta intensidade (em tango, luta ou alguma outra coisa) para cada dois meses de trabalho.
*3. Menos trabalho não significa preguiça.*
Fazer menos trabalho inútil, de modo que possa focar em coisas de importância maior para você NÃO é preguiça. Isso é difícil para a maioria das pessoas aceitar, porque nossa cultura tende a recompensar o sacrifício pessoal em vez da produtividade pessoal.
Poucas pessoas optam (ou estão aptas a optar) por medir os resultados de suas ações e, a partir daí, medir em tempo o valor de suas contribuições. Mais tempo significa mais valor próprio e mais apoio daqueles acima e ao redor delas. Os *NR,* a despeito de menos horas no escritório, produzem resultados mais significativos do que uma dúzia de não-NR juntos.
Definamos "preguiça" novamente – suportar uma existência não-ideal para deixar as circunstâncias ou que os outros decidam sua vida por você, ou amealhar uma fortuna enquanto passa pela vida como um espectador, vendo-a da janela de um escritório. O tamanho de sua conta bancária não afeta isto, bem como o número de horas que você passa checando e-mails inúteis ou detalhes desimportantes.
*Foque-se em ser produtivo em vez de focar-se em estar ocupado.*
*4. A noção que se tem do tempo nunca está correta.*
Uma vez, perguntei a minha mãe como ela tinha decidido quando ter o primeiro filho, eu, no caso. A resposta foi simples: “Isso era algo que queríamos, e decidimos que não havia por que postergá-lo. Nunca se sabe a hora certa de ter um filho". E assim aconteceu.
Para as coisas mais importantes, nunca temos certeza se é a hora certa. Esperar a hora certa para sair de seu emprego? As estrelas nunca estarão suficientemente alinhadas e os semáforos da vida nunca estarão todos verdes ao mesmo tempo.
O universo não conspira contra, mas também não sai de seu fluxo normal para ajeitar tudo para você. As condições nunca são perfeitas. "Algum dia" é uma doença que levará seus sonhos para o túmulo junto com você. Listas de prós e contras são igualmente ruins. *Se é importante para você, e se você quer fazer “finalmente”, vá e faça, depois corrija os rumos ao longo do caminho.*
*5. Peça perdão, não permissão.*
Se o que você quer fazer não for devastar todos ao seu redor, tente e depois se justifique. As pessoas – sejam pais, parceiros ou patrões – proíbem que se façam determinadas coisas, com base em uma noção de que eles podem aprender a aceitar o fato depois de consumado. Se o potencial de dano é moderado ou de alguma forma irreversível, não dê às pessoas a chance de dizer não. A maior parte das pessoas é rápida o bastante para interrompê-lo antes que você comece, mas é hesitante para entrar em seu caminho se você já estiver em movimento. Você faz melhor em virar um criador de problemas e pedir desculpas quando realmente errar.
*6. Enfatize os pontos fortes, em vez de corrigir as fraquezas.*
A maioria das pessoas é ótima em um punhado de coisas e medíocre no resto.
Eu sou ótimo em criação de produtos e em marketing, mas terrível na maior parte das coisas a seguir.
Meu corpo é talhado para levantar objetos pesados e arremessá- los, simples assim. Ignorei isso por um longo tempo. Tentei praticar natação, mas parecia um macaco se afogando. Tentei jogar basquete, mas parecia um homem das cavernas. Aí resolvi começar a lutar e me encontrei.
*É muito mais lucrativo e divertido alavancar seus pontos fortes em vez de tentar consertar todas as rachaduras na sua armadura.* A escolha é entre multiplicação de resultados utilizando-se dos pontos fortes ou desenvolvimento de melhorias retificando as fraquezas que se tornarão, na melhor das hipóteses, medíocres.
*Foque-se num uso melhor de suas melhores armas, em vez de focar-se em reparos constantes.*
*NOVA CALEDÔNIA, PACÍFICO SUL*
"Uma vez que você diga que vai parar por um segundo, isso é o que acontece na sua vida."
JOHN F. KENNEDY
Algumas pessoas parecem estar convencidas de que um pouco mais de dinheiro acertaria todas as coisas. Seus objetivos são alvos arbitrários e móveis: 300 mil no banco, 1 milhão na carteira de investimentos, 100 mil por ano em vez de 50 mil etc.
O objetivo de Julie tinha um sentido intrínseco: regressar com o mesmo número de crianças com que ela havia partido.
Ela reclinou-se em seu assento e observou os outros bancos por sobre seu marido adormecido, Marc, contando, como ela já havia feito milhares de vezes antes – um, dois, três. Até aí tudo bem. Em 12 horas, estariam todos de volta a Paris, sãos e salvos.
Isto é, assumindo que o avião vindo da Nova Caledônia conseguisse chegar.
Nova Caledônia?
Aninhada nos trópicos do Mar de Corais, a Nova Caledônia era um território francês, onde Julie e Marc tinham acabado de vender o veleiro que os havia levado por 15 mil milhas ao redor do mundo. É claro que recuperar o investimento inicial era parte do plano. Tudo dito e feito, os 15 meses de exploração do planeta, das águas cheias de gôndolas em Veneza aos portos tribais da Polinésia, tudo
custou entre 18 e 19 mil dólares. Menos do que gastariam com aluguei e com baguetes em Paris.
A maior parte das pessoas consideraria isso impossível. E, novamente, a maior parte das pessoas não sabe que mais de 300 famílias embarcam na França a cada ano para viagens assim.
A viagem fora um sonho por quase duas décadas, relegada ao fim de uma lista, abaixo de um sem-fim crescente de responsabilidades. Cada momento novo de suas vidas trazia uma nova lista de razões para adiá-la. Um belo dia, Julie percebeu que, se não viajassem agora, nunca mais o fariam. As racionalizações,
legítimas ou não, apenas continuariam a aumentar e a tornar mais difícil que ela se convencesse de que era possível escapar.
Depois de um ano de preparação e uma viagem de testes de 30 dias com seu marido, eles saíram para velejar a viagem das suas vidas. *Julie percebeu, tão logo levantou a âncora, que, antes de serem uma razão para não viajar e não buscar novas aventuras, as crianças eram talvez a principal razão para fazer ambas as coisas.*
Logo antes da viagem, seus três filhos brigavam por qualquer coisinha. No processo de aprendizado para conviver no quarto do veleiro, os meninos aprenderam a ter paciência, tanto para si mesmos quanto para a sanidade de seus pais. Antes da viagem, ler um livro era tão atrativo para eles quanto comer um punhado de areia. Dada a alternativa de ficar encarando uma parede em altomar,
todos os três passaram a adorar livros. Tirá-los da escola por um ano escolar inteiro e expô-los a novas situações e novas culturas provou-se ser o melhor investimento na educação deles até então.
Agora, sentada no avião, Julie olhou para as asas que cortavam as nuvens por que passavam, já matutando seus próximos planos: encontrar um lugar nas montanhas e esquiar o ano inteiro, usando a renda proveniente de uma oficina de aparelhamento de barcos para financiar mais viagens.
Agora que fizera uma vez, ela tinha o comichão de fazer mais.
*Regras que mudam as regras*
Tudo o que é popular é errado
"Não posso oferecer a você uma fórmula infalível para o sucesso, mas posso oferecer uma fórmula para o fracasso: tentar agradar a todos o tempo todo."
HERBERT BAYARD SWOPE, editor e jornalista americano; primeiro vencedor do Prêmio Pulitzer”
“Tudo o que é popular é errado.” OSCAR WILDE, A importância de ser prudente Ganhar o jogo, em vez de jogar o jogo.
Em 1999, algum tempo depois de ter saído de meu segundo emprego medíocre e
de ficar comendo sanduíches de manteiga de amendoim para me consolar, eu ganhei a medalha de ouro no Campeonato Nacional Chinês de Kick boxing.
Não foi porque eu era bom em socar e chutar. Deus proíbe. Parecia um pouco perigoso, considerando-se que eu fiz isso por pura ousadia e que tive apenas quatro semanas de preparação. Além disso, eu tenho uma cabeça de melancia – que é um grande alvo.
*Ganhei lendo as regras e procurando brechas, duas das quais são:*
1. A pesagem é no dia anterior a competição: usando técnicas de desidratação, agora ensino para levantadores de peso de elite, perdi 12 quilos em 18 horas, pesei 74 quilos e então me hiper-hidratei de volta aos meus 87 quilos.1 É muito difícil lutar contra alguém três categorias acima de você. Pobres pequeninos.
2. Havia uma tecnicidade no regulamento: Se um combatente cair da plataforma elevada três vezes em um único round, seu oponente vence. Eu decidi usar essa tecnicidade como minha única técnica e apenas derrubar meus oponentes do ringue. Como você pode imaginar, isso não deixou os juízes chineses muito felizes.
Muitas pessoas dirão que isso é impossível, então disponibilizei fotografias em www.fourhourworkweek.com. NÃO tente isso em casa. Só sob supervisão médica.
O resultado? Venci todas as minhas lutas por nocaute técnico e me sagrei campeão nacional, algo que 99% das pessoas com algo entre 5 e 10 anos de treinamento são incapazes de conseguir.
*Desafiar o status quo vs. Ser estúpido*
A maior parte das pessoas anda pela rua com as pernas. E se eu andasse pela rua apoiado em minhas mãos? E se eu vestisse a cueca por cima das calças para ser diferente? Não, não faço essas coisas. Andar com as pernas e manter a cueca por dentro têm funcionado muito bem até agora. Não preciso consertar isso se está funcionando bem.
*O diferente é melhor quando é mais eficiente ou mais divertido.*
Se todo mundo define um problema ou o soluciona de determinada forma e os resultados são insatisfatórios, é hora de perguntar “e se eu fizesse o contrário?”. Não siga um modelo que não funciona. Se a receita não funciona, não importa o quão bom cozinheiro você é.
Quando trabalhava com vendas de armazenamento de dados, meu primeiro trabalho depois da faculdade, percebi que a maior parte das ligações não chegava às pessoas desejadas por uma razão: pessoas que impediam os contatos. Se eu simplesmente fizesse todas as minhas ligações entre 8h e 8h30 e depois entre 18h e 18h30, conseguia evitar as secretárias e agendar mais do dobro das reuniões do que conseguiam os executivos seniores de vendas que ligavam entre 9h e 17h. Em outras palavras, eu conseguia o dobro dos resultados em 1/8 do tempo.
Do japão a Mônaco, de mães solteiras que percorrem o mundo com seus filhos a pilotos multimilionários de automobilismo, as regras básicas dos *NR* bem sucedidos são surpreendentemente uniformes e previsivelmente divergentes do que o resto do mundo pratica.
As regras a seguir são as diferenças fundamentais que devemos ter em mente ao longo deste livro.
*1. Aposentadoria* é o seguro para o caso de acontecer a pior das hipóteses.
Planejar a aposentadoria é como um seguro de vida. Deve ser encarado como nada mais do que uma previdência contra o caso de acontecer a pior hipótese: nesse caso, tornar-se fisicamente incapaz de trabalhar e precisar de uma reserva financeira para sobreviver.
A aposentadoria como objetivo ou como redenção final é um equívoco por pelo
menos três razões sólidas:
*a.* Está subentendido na aposentadoria que você não gosta do que está fazendo durante os anos de maior vigor físico em sua vida. Isso é um erro fundamental: nada pode justificar esse sacrifício.
*b.* A maior parte das pessoas nunca será capaz de se aposentar e manter um padrão razoável de vida. Mesmo um milhão é apenas um trocado num mundo em que a aposentadoria tradicional leva 30 anos e a inflação reduz seu poder de compra de 2% a 4% por ano. A conta não fecha?2 Os anos dourados da aposentadoria tornam-se uma vida de classe média-baixa revisitada. Isso é um final amargo.
*c.* Se tiver juntado dinheiro suficiente para a conta fechar, isso significa que você é uma ambiciosa máquina de trabalhar. Se esse for o caso, quer saber? Basta uma semana de aposentadoria e você estará tão entediado que vai querer furar seus olhos.
Provavelmente optará por procurar um novo emprego ou fundar uma nova empresa.
E não é que isso derrota a ideia de esperar?
Não estou dizendo para você não planejar para caso o pior aconteça – eu reservei alguma quantia em um fundo de pensão, que uso principalmente para abater impostos —, mas não confunda isso com a aposentadoria como objetivo.
*2. Interesse e energia são cíclicos.*
Se eu lhe oferecesse l0 milhões de dólares para trabalhar 24 horas por dia durante 15 anos e então se aposentar, você aceitaria? É claro que não — você não aguentaria. Não é uma situação sustentável, exatamente como aquilo que mais define uma carreira: fazer a mesma coisa por 8 ou mais horas por dia até você ter um colapso ou ter dinheiro bastante para parar de trabalhar definitivamente.
De que outra forma meus amigos de 30 anos de idade estariam todos parecendo uma mistura de Donald Trump com Joan Rivers? É um horrível envelhecimento precoce acelerado por frappuccinos triplos e cargas de trabalho inexequíveis.
Alternar períodos de descanso e de atividade é fundamental para sobreviver, para não falar em prosperar. Capacidade, interesse e resistência mental, tudo isso vai e vem. Planeje de acordo.
Os *NR* objetivam distribuir "miniaposentadorias" ao longo da vida, em vez de postergar o descanso e o prazer para o ouro dos tolos que é a aposentadoria.
Trabalhando apenas quando você está mais eficiente, a vida é mais produtiva e mais divertida. É o exemplo perfeito de ter a faca e o queijo na mão, parti-lo e comêlo.
Pessoalmente, eu agora planejo um mês de passeio em algum lugar do mundo ou treinamento de alta intensidade (em tango, luta ou alguma outra coisa) para cada dois meses de trabalho.
*3. Menos trabalho não significa preguiça.*
Fazer menos trabalho inútil, de modo que possa focar em coisas de importância maior para você NÃO é preguiça. Isso é difícil para a maioria das pessoas aceitar, porque nossa cultura tende a recompensar o sacrifício pessoal em vez da produtividade pessoal.
Poucas pessoas optam (ou estão aptas a optar) por medir os resultados de suas ações e, a partir daí, medir em tempo o valor de suas contribuições. Mais tempo significa mais valor próprio e mais apoio daqueles acima e ao redor delas. Os *NR,* a despeito de menos horas no escritório, produzem resultados mais significativos do que uma dúzia de não-NR juntos.
Definamos "preguiça" novamente – suportar uma existência não-ideal para deixar as circunstâncias ou que os outros decidam sua vida por você, ou amealhar uma fortuna enquanto passa pela vida como um espectador, vendo-a da janela de um escritório. O tamanho de sua conta bancária não afeta isto, bem como o número de horas que você passa checando e-mails inúteis ou detalhes desimportantes.
*Foque-se em ser produtivo em vez de focar-se em estar ocupado.*
*4. A noção que se tem do tempo nunca está correta.*
Uma vez, perguntei a minha mãe como ela tinha decidido quando ter o primeiro filho, eu, no caso. A resposta foi simples: “Isso era algo que queríamos, e decidimos que não havia por que postergá-lo. Nunca se sabe a hora certa de ter um filho". E assim aconteceu.
Para as coisas mais importantes, nunca temos certeza se é a hora certa. Esperar a hora certa para sair de seu emprego? As estrelas nunca estarão suficientemente alinhadas e os semáforos da vida nunca estarão todos verdes ao mesmo tempo.
O universo não conspira contra, mas também não sai de seu fluxo normal para ajeitar tudo para você. As condições nunca são perfeitas. "Algum dia" é uma doença que levará seus sonhos para o túmulo junto com você. Listas de prós e contras são igualmente ruins. *Se é importante para você, e se você quer fazer “finalmente”, vá e faça, depois corrija os rumos ao longo do caminho.*
*5. Peça perdão, não permissão.*
Se o que você quer fazer não for devastar todos ao seu redor, tente e depois se justifique. As pessoas – sejam pais, parceiros ou patrões – proíbem que se façam determinadas coisas, com base em uma noção de que eles podem aprender a aceitar o fato depois de consumado. Se o potencial de dano é moderado ou de alguma forma irreversível, não dê às pessoas a chance de dizer não. A maior parte das pessoas é rápida o bastante para interrompê-lo antes que você comece, mas é hesitante para entrar em seu caminho se você já estiver em movimento. Você faz melhor em virar um criador de problemas e pedir desculpas quando realmente errar.
*6. Enfatize os pontos fortes, em vez de corrigir as fraquezas.*
A maioria das pessoas é ótima em um punhado de coisas e medíocre no resto.
Eu sou ótimo em criação de produtos e em marketing, mas terrível na maior parte das coisas a seguir.
Meu corpo é talhado para levantar objetos pesados e arremessá- los, simples assim. Ignorei isso por um longo tempo. Tentei praticar natação, mas parecia um macaco se afogando. Tentei jogar basquete, mas parecia um homem das cavernas. Aí resolvi começar a lutar e me encontrei.
*É muito mais lucrativo e divertido alavancar seus pontos fortes em vez de tentar consertar todas as rachaduras na sua armadura.* A escolha é entre multiplicação de resultados utilizando-se dos pontos fortes ou desenvolvimento de melhorias retificando as fraquezas que se tornarão, na melhor das hipóteses, medíocres.
*Foque-se num uso melhor de suas melhores armas, em vez de focar-se em reparos constantes.*
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